quinta-feira, 14 de junho de 2012

Beba pouco e viva muito

Americanos vivem divulgando estudos sobre saúde. Não tem SUS por lá. Se você precisar de atendimento público gratuito em um hospital, está ferrado.
As grandes empresas de seguro fazem questão de saber certinho qual o risco que correm de ter que desembolsar muita grana. Elas bancam estudos aos montes.
Foram as grandes financiadoras das campanhas contra o cigarro, que deram muito certo, reduziram o número dos fumantes e o desembolso das seguradoras.
Agora é a obesidade, e até Michelle Obama entrou na luta contras as excessivas banhas ianques.
No caso do álcool, as campanhas não conseguem decolar. Em 2010, 64% da população americana bebeu exatamente o mesmo percentual de 1939, quando esta estatística começou a ser pesquisada.
A razão é que ninguém chega a conclusão nenhuma sobre se beber faz mal, bem ou mais ou menos.
Quer dizer: até agora. A maior e mais detalhada pesquisa sobre o consumo de álcool nos EUA acaba de terminar. O resumo do resultado é o seguinte:
- quem bebe vive mais do que quem não bebe
- quem mais vive é quem toma até sete drinks por semana, e não mais que três no mesmo dia
- mas mesmo quem bebe bastante, vive mais do que os abstêmios
Ou, como cantava Elizeth Cardoso: tem gente que já tá com o pé na cova, não bebeu, e isso prova que a bebida não faz mal.
O estudo, para você não ter nenhuma dúvida que é sério, saiu na publicação especializada Alcoholism: Clinical and Experimental Research, que é justamente sobre alcoolismo. Levou vinte anos para ser feito.
Levou em consideração todas as outras variáveis possíveis - status socioeconômico, nível de atividade física, qualidade de apoio social, de número de amigos, casado ou não etc.
É a coisa mais próxima de um estudo estatístico definitivo sobre álcool que já foi feito. E contradiz outras pilhas de pesquisas clínicas que ligam o álcool a vários tipos de câncer e outras desgraças.
Os pesquisadores não sabem explicar o porquê deste resultado. No máximo, arriscam dizer que quem bebe se estressa menos.
Eu tomo mais de sete drinks por semana desde, hm, 1981, lá se vão trinta anos. Misturo bebidas, bebo de barriga vazia e cheia, sozinho e acompanhado, sem problemas e com algumas regrinhas.
Vai ver por isso é que sou tão sossegado - o álcool dissolve meu stress. Não vou viver tanto quanto bebedores mais sociais, também não bato as botas tão rápido quanto os abstêmios.
Já sei até o que vou beber para comemorar as boas notícias.


Obs: Peguei aqui...

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